Aproxima-se o 40º aniversário do 25 d’Abril. Vozes diversas sugerem uma celebração de especial relevo. Muitas dessas vozes não serão exactamente bem-intencionadas, outras pouco esclarecidas, algumas podem mesmo pertencer a falsários contumazes. Mas, dessas cautelas já não deve ser preciso avisar a malta, após tantos anos de comemorações solenes onde reinou a hipocrisia.
As que estão sendo efectuadas, ou anunciadas, obedecem ao intuito e ao modelo das realizadas nos últimos decénios. Isto é, pretendem fixar uma versão romanceada (mais ou menos genuína) do movimento e da operação militar dos “capitães de Abril” que levou ao derrubamento do regime fascista; querendo, em simultâneo, fingir acreditar que a partir de Abril 1974 a democracia teria funcionado sem solução de continuidade, sem traições, sem inimigos, sem a poderosa intervenção do poder imperialista USA-NATO. Para esses farsantes a Contra-Revolução Nunca Existiu. Para que V. Excelências possam estar hoje aí, no poleiro, agradecendo a uns (mais ou menos equívocos) ex-capitães d’Abril, a vitória de uma mistificada democracia.
A grande maioria dos portugueses conhece bem, por amarga experiência, a má-raça da classe política burguesa que tem governado o País durante toda esta II República democrática/ constitucional. A ideologia dessa gente é a do ódio visceral à classe trabalhadora, aos ideais e ao processo revolucionário do 25 d´Abril. Jamais houve, ou haverá, por iniciativa dos partidos políticos da burguesia (PSD; PS; CDS) qualquer celebração sincera da efeméride histórica de 1974. Eles são inimigos do povo, são inimigos da Revolução. São contra-revolucionários de Novembro, tão traidores à causa popular como à causa de Abril.
Esta classe política de renegados, inimigos do seu próprio povo, não possui a menor idoneidade – quer política ou ideológica, muito menos ética/moral – para comemorar/celebrar a Revolução Popular iniciada no dia 25 de Abril de 1974, na sequência imediata do triunfo da acção militar revoltosa.
Neste 40º aniversário – em ano de angústia e empobrecimento para milhões de portugueses – impõe-se desfazer o equívoco/mistificação criado pela habitual farsa das cerimónias oficiais de homenagem ao 25 de Abril 74.
Qual 25 de Abril? Aquele que foi destruído pela vossa traiçoeira raiva de contra-revolucionários em 25 Novembro 1975? Haja respeito por uma das páginas mais admiráveis na história do Povo de Portugal. Limitem-se os farsantes ao “25 de Abril contado às criancinhas”, versão essa que é levada a sério como trabalho de investigação e já adquiriu foro de mestrado académico.
20 Março 2014 ) J. Varela Gomes
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